segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Ontem quis sair de casa, e em questão de segundos o céu se fechou e começou uma chuva que parecia cair só em cima da minha cabeça. Com os tenis furados sai por ai, derrotado num domingo sem faustão mas com gosto de miséria. Não tive a quem recorrer, meus amigos só falam por carta e demoraria muito pra algum deles saber o que estava se passando comigo. Vesti uma capa de chuva e esse foi o acontecimento do dia. Tive vontade de revirar os lixos. Tive vontade de olhar pro alto e abrir a boca igual num filme imbecil, mas a unica coisa que me ocorreu foi voltar pra casa. Dizem que o mundo da voltas. E só eu que não embarco nesse carrossel. A gente nunca quer ouvir que é um cisne feio na familia de cisnes e se descobrir um pato na familia errada. As minhas plantas continuam a morrer de negligencia, os meus amores continuam dando desculpas para não existir fora da minha cabeça. As minhas vontades só querem ganhar na mega sena, e minhas calças que voltaram mais apertadas do costureiro me fazem parecer alguem grande numa embalagem pequena, o que eu escrevo tambem, porque minha mão esquerda é torta e a direita mais ainda. E quando eu choro tudo isso faz sentido, porque minha visão se turva quando meus oculos embaçam de tanto olhar a chuva cair na frente postes de luz alaranjada.