segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Ontem quis sair de casa, e em questão de segundos o céu se fechou e começou uma chuva que parecia cair só em cima da minha cabeça. Com os tenis furados sai por ai, derrotado num domingo sem faustão mas com gosto de miséria. Não tive a quem recorrer, meus amigos só falam por carta e demoraria muito pra algum deles saber o que estava se passando comigo. Vesti uma capa de chuva e esse foi o acontecimento do dia. Tive vontade de revirar os lixos. Tive vontade de olhar pro alto e abrir a boca igual num filme imbecil, mas a unica coisa que me ocorreu foi voltar pra casa. Dizem que o mundo da voltas. E só eu que não embarco nesse carrossel. A gente nunca quer ouvir que é um cisne feio na familia de cisnes e se descobrir um pato na familia errada. As minhas plantas continuam a morrer de negligencia, os meus amores continuam dando desculpas para não existir fora da minha cabeça. As minhas vontades só querem ganhar na mega sena, e minhas calças que voltaram mais apertadas do costureiro me fazem parecer alguem grande numa embalagem pequena, o que eu escrevo tambem, porque minha mão esquerda é torta e a direita mais ainda. E quando eu choro tudo isso faz sentido, porque minha visão se turva quando meus oculos embaçam de tanto olhar a chuva cair na frente postes de luz alaranjada.

domingo, 18 de janeiro de 2009

Fui com vontade, fui pra sentir de verdade. fui tatiando com a boca, mas depois descobri que era outro que te frequentava cm por cm. Não queria nada alem de sentir e ser sentido e mesmo assim foi bom ate o se desapontar ñ com as coisas não acontecerem, que provavelmente eu nem iria te aguentar por muito tempo, mas sim pelo balde de água fria no meu coração ja gelado, que demora pra se aquecer, pra se arrumar quando sai de casa. Que palpita quando vai beijar uma boca nova. É muito idiota tratar o coração como um ser solitário, meus rins morrem de inveja toda vez. Ai os levo pra beber, meus pulmões tossem. Estou sempre desarmonizado, sim estou exagerando, sempre estou. Nunca levaria marmita pro trabalho, acho nojento. Só de pensar em um gomo de laranja lá dentro, ou uma banana ja me arrepio. Não gosto de misturar fruta na comida. Vida no desgosto. Musica no fim. Não é meu, poderia ser , mas não é. Sei que o sangue me subira ate a testa corar.

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

A gente nunca sabe quando vai sair do coma que é a realidade dita real. Ou quantos canais seria preciso assinar pra saber o que acontece por ai. Você pode me chamar de doido, mas hoje realmente esta um lindo dia pra se falar de como um vaso fica bonito quando se parte no chão. E de como a terra faz tão mas sentido derramada sobre o piso de marmore. É possivel notar o seu marron com clareza. Por mais que eu mude de assunto estarei sempre falando da mesma coisa. E se a palavra coisa não pudesse significar quase tudo eu nem a usaria neste texto. Ontem sonhei com uma vagina enorme feita de estopa em uma parede. Não quero saber de significados. Espero que uma vagina seja apenas uma vagina. Afinal é de onde todos viemos, e pra onde muitos voltam. Muitos mas não todos se é que me entendem. Pedir entendimento é uma das coisas que menos combinam comigo, mas fui chegando ate este ponto que foi inevitável. A gente fica tão desamparado quando chega nesse ponto, que é como se fosse meia noite e o onibus que você espera não vai mais passar. Mas tudo passa, ate uva passa, e sempre tudo que digo sera mais velho que andar pra tras.

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

E pela primeira vez me vi ardido e salgado, ensolarado atravessando ruas largas, num balanço de propaganda de shampoo. Não me importava de onde vinham os que me olhavam, nem mesmo importava se de fato olhavam. Meu chinelo com areia, um ano por vir todinho meu. Nenhum amor por enquanto, estamos só começando. Tive vontade de abraçar as pessoas na rua, e não por carencia como sempre, mas por querer abraçar. Era só o querer que não pedia ação fisica de fato, pelo calor que fazia tremular o asfalto. Nenhuma cerveja ou sorvete me adiantaria, não havia sobrado frieza em canto algum, aproveitei porque sabia que logo me cansaria e breve voltaria a minha vida em preto e branco. Não chamaria ela de menor ou mais sem graça, porque afinal de contas é minha vida, não que a ame por ser minha, mas vamos deixar a coitada em paz. Sim mereço Paz.