quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Depois de dois dias sem dormir ele achou por direito encostar a cabeça no travesseiro e ter o sono dos justos, mas em nenhum lugar estava escrito que dois mais dois são quatro. E tão inserto quanto o fim desta opera que ouço, tão longe do meu tempo, das musicas agitadas de minha juventude de cores fortes. Meus olhos se abriram devagar como se quisessem ver com muito cuidado o dia que estava nascendo dentro daquele quarto escuro e janelas trancadas ao meio dia, era preciso levantar sabe-se la por qual motivo. E depois de ter uma ulcera no estomago, que poderia chamar, de palavras não ditas, amores mal curados, salarios injustos, vontades não atendidas. Quis dançar ao som daquela opera tão familiar, e tão antiga, e tão inédita pra mim. É pra você florzinha que eu danço, e quando eu morrer, me deixe secar no sol, sol que nunca gostei, me pendure no varal, e me beije e me chame de meu amor, não ouvirei, esterei morto. Mas os acontecimentos sempre nos escapam, as coisas mais bonitas ditas sobre nós, o que realmente importa, sempre nos escapa. Esta no invisível. Assim como o invisível esta para o bem querer e bordadinhos e chás da tarde.

Um comentário:

matriz disse...

Esse texto é Lindo. adoro a forma como descreve seus pensamentos ou dias, ou anseios.
Beijo
May Bucar