segunda-feira, 27 de abril de 2009

Estava sem o que dizer. Por isso a demora. Outro dia quis escrever e senti que não conseguia, não me senti abandonado pela minha criatividade, ela estava lá. Eu talvez não estivesse. Então percebi que poderia escrever um texto sem mim que começa assim: Margaret desce as escadas no meio da noite, abre a porta de sua casa, sai pela rua descabelada. E segue sem fim. Seria possivel alguem simplesmente se levantar no meio da noite e partir? Nela morava um azul Kieslowski, um cantar para o vazio, um saltar pro infinito. No dia que a porta rangeu pela ultima vez os cadeados ficaram sem ser conferidos. Pífias seu gato viralatou-se. Uma porta aberta alem de um convite tentador é tambem uma iniciativa tomada por outro. Neste caso Margaret. Nossa heroína com certeza parou, e parou mais que uma vez. Acabei de chama-la de heroína, ate então não havia me dado conta de que ela era uma. Talvez quem me leia respoda mais facilmente se abrir uma porta é um ato heróico. Margaret tem pés pequenos tamanho 35. Seus passos que são muito são curtos, acima de pés tão pequenas uma fraca mulher ruiva, que de tão esqüalida ao vento tremula como bandeira vermelha antes da guerra. Sempre se pode dizer muito mais sobre Margaret só de olhar pra ela, mas existem coisas que a gente só vê passar uma vez na vida e olhe lá. Hoje chamei essa coisa de Margaret.

4 comentários:

Eduardo Bento disse...

Ela com seus pés pequenos, e nós com nossos passos de gigante! Rs.

Parabéns, não por seu aniversário, que eu ainda nem sei quando é. Mas pelo texto e as boas discrições que vc faz. As descrições também são agradáveis.

Ate more and more, every day!

Eduardo Bento disse...

Mas que coisa tosca que eu escrevi no final do meu comentário! Rs.

crônicas de quando voamos... disse...

uau...quero conhecer esse estado Magareth!
lindo texto...amei o azul kiesloviski!

Marcos S. P. Euzebio disse...

Vênias e dasvidânias para ti, tataraneto de Gógol!